To listen well is as powerful a means of communication and influence as to talk well.
— John Marshall
heróianão Drommar, o destemido herói anão, teve suas raízes na cidade que viria a ser conhecida como Ionian. Em sua juventude, ele labutava como lenhador, imerso na pobreza que envolvia as modestas habitações da cidade. Todos os habitantes de Ionian eram renegados, relegados ao isolamento e à servidão, distantes da grandiosa capital de Contance. Apesar das agruras da vida, eles construíam sua própria comunidade, sustentada por hidromel, cerveja e música, uma resiliência que para muitos era suficiente.
As mais vibrantes recordações de Drommar residiam nos recintos acolhedores da Boca do Caneco. Ele se refugiava nesse estabelecimento, pedindo sua bebida favorita, recolhendo-se em um canto, absorvendo as conversas animadas, risadas e a música que reverberava em seu âmago. Enquanto saboreava sua refeição e encontrava um lugar para descansar, as dores do dia se dissipavam. Essa rotina se repetiu inúmeras vezes até que os dias se fundiram em uma monotonia aparentemente interminável.
Cortar madeira, preparar troncos, transportar árvores até a cidade, angariar moedas suficientes para alguns momentos de prazer na Boca do Caneco, e assim seguir adiante. Dia após dia, a vida de Drommar se desenrolava nesse ciclo, até que um acontecimento inesperado alterou irrevogavelmente seu destino.
Numa era em que o mundo ainda era jovem e a luz do Sol e da Lua não iluminava os céus com a mesma espiritualidade, quando dragões assolavam os salões de Constance e gigantes rumavam até a cidade de Caldera em busca de magma para suas forjas, Drommar pressentiu uma mudança iminente. Em um dia como outro qualquer, quando a tristeza de seu destino o incomodava, algo extraordinário aconteceu.
Ao derrubar uma árvore, Drommar foi surpreendido por um rugido feroz que ecoou pelos bosques. Pelos arrepios em sua pele e o gelar de sua espinha, ele percebeu que algo além do ordinário estava em jogo. Correndo entre os galhos caídos, ele se escondeu e aguardou, ouvindo as asas gigantescas e os rugidos que ecoavam como trovões no céu. O destino parecia selado, e a morte espreitava, mas Drommar não estava disposto a sucumbir sem lutar. Seu encontro com algo além da compreensão ordinária moldaria o curso de sua existência de maneiras imprevisíveis.
A visão aterrorizante e maravilhosa paralisou o jovem anão, um enorme dragão branco lutando ferozmente contra o imponente gigante de gelo, cada um com suas armas, garras, escudos e o que mais estivesse ao seu dispor. A cada golpe disferido a terra estremecia e árvores eram levadas ao chão pela colossal violência que havia entre os titãs à sua frente.
Certamente o anão não passaria de uma pisada para que sua vida tivesse fim, mas não foi o que aconteceu, ele viu o dragão cravando suas presas na carne do gigante e esse caindo ao chão, ao mesmo tempo que o machado encontrava o espaço entre as costelas da fera que rugiu com a dor. Ambos caíram, lado a lado, ainda guerreando para encontrar um vencedor.
A ferida da mordida causava o sangue do gigante a escorrer pelas matas e o dragão mal conseguia seguir sua investida, ambos praticamente derrotados, mas ainda não por completo. Drommar foi tomado por uma certeza, seu pequeno machado seria decisivo, sua bravura era necessária para que o embate fosse concluído e sem dúvidas ele havia de cessar a vida do oponente em comum, o frígido dragão.
Ele observou enquanto o gigante já sem seu machado buscava por algo para poder seguir atacando, afinal suas mãos não seriam o suficiente para penetrar as escamas que defendiam o dragão. O anão destemido correndo ofereceu seu próprio machado, e com ele a carne do dragão foi rasgada com um potente golpe, sangue escorria e a força dos dois titãs se esvaia, o gigante sussurrou ao vento em um dialeto que Drommar não conseguiria compreender mas ao anão seria o nome do colosso “Marskarv”. Por fim, a fera